terça-feira

A arte de oferecer presentes

"Mas como o meu pai quase lhe chamou louca ao saber dos livros que ela pretendia dar-me, voltara pessoalmente a Jouy-le-Vicomte, à livraria, para que eu não corresse o risco de não ter o meu presente (era um dia quentíssimo, e regressara tão indisposta que o médico avisara a minha mãe para não a deixar fatigar-se daquele modo) e mudara para os quatro romances campestres de George Sand. «Minha filha», dizia ela à minha mãe, «eu não era capaz de me decidir a dar a esta criança qualquer coisa mal escrita».
     A verdade é que ela nunca se resignava a comprar fosse o que fosse de que não se pudesse retirar algum proveito intelectual, e sobretudo aquele que nos é proporcionado pelas coisas belas ao ensinar-nos a procurar o nosso prazer fora das satisfações do bem-estar e da vaidade. Mesmo quando tinha que dar um presente chamado útil, quando tinha que dar um cadeirão, talheres, uma bengala, procurava que fossem «antigos», como se, apagado pelo seu longo desuso o carácter de utilidade, parecessem mais preparados para nos contarem a vida dos homens de antigamente que para servirem as necessidades da nossa."


4 comentários:

josé luís disse...

antiga e bela fotografia! (londres sob o blitz?)

Zé alberto disse...

Não pude impedir o batejar das pestanas...uma foto, esta foto, fê-las parar de bater...mas que foto!

Beatrix Kiddo disse...

não sei de onde veio a foto, tenho de começar a ter mais atenção à fonte das imagens

Beatrix Kiddo disse...

I'm f** lazy