quarta-feira

Era feriado

"– Tu eras a pessoa mais antiga que eu jamais conheci. Eras a monotonia de meu amor eterno, e eu não sabia. Eu tinha por ti o tédio que sinto nos feriados. O que era? era como a água escorrendo numa fonte de pedra, e os anos demarcados na lisura da pedra, o musgo entreaberto pelo fio d’água correndo, e a nuvem no alto, e o homem amado repousando, e o amor parado, era feriado, e o silêncio no vôo dos mosquitos. E o presente disponível. E minha libertação lentamente entediada, a fartura, a fartura do corpo que não pede e não precisa."






2 comentários:

josé luís disse...

enorme curiosidade:
http://www.gulbenkian.pt/index.php?article=4107&langId=1&format=402

Anónimo disse...

Tão lindo.
Fiquei fã do seu blog :)