sábado

You should go on until it is played out

"I understand, all right. The hopeless dream of being — not seeming, but being. At every waking moment, alert. The gulf between what you are with others and what you are alone. The vertigo and the constant hunger to be exposed, to be seen through, perhaps even wiped out. Every inflection and every gesture a lie, every smile a grimace. Suicide? No, too vulgar. But you can refuse to move, refuse to talk, so that you don’t have to lie. You can shut yourself in. Then you needn’t play any parts or make wrong gestures. Or so you thought. But reality is diabolical. Your hiding place isn’t watertight. Life trickles in from the outside, and you’re forced to react. No one asks if it is true or false, if you’re genuine or just a sham. Such things matter only in the theatre, and hardly there either. I understand why you don’t speak, why you don’t move, why you’ve created a part for yourself out of apathy. I understand. I admire. You should go on with this part until it is played out, until it loses interest for you. Then you can leave it, just as you’ve left your other parts one by one"
Um clássico, que estava nos rascunhos há anos. Adoro o Bergman, é o melhor a chapar texto nos filmes.


5 comentários:

Anónimo disse...

Dos blogues que conheço, é um dos melhores.
Não há nada errado aqui.
Obrigada pela excelente partilha de conteúdo.
Teresa

Wolve disse...

É impossível compreender isto com a idade que tenho. Entender? sim, perfeitamente. Compreender, saber interiormente? Talvez aos 50.
Quanto da cultura se perde neste fosso de incompreensão, nesta demora inevitável em estar pronto para abarcar o sentido das coisas...

Beatrix Kiddo disse...

Wolve, percebo perfeitamente, e num dos meus blogs preferidos encontrei a resposta há uns dias:
"As coisas de que mais gosto, eu não as compreendo. E se digo de mim que sou uma pessoa lenta, não se pense que isso me envergonha - já não. Sim, sou lenta. Primeiro gosto e depois são anos até à revelação."
Um dos meus escritores preferidos é preferido porque não o domino totalmente e sinto que tenho de crescer uns anos (na cabeça não nos anos) para o compreender, e talvez nesse dia deixe de gostar tanto porque vai perder um pouco da "mística". O blog é atrama.blogspot e o escritor é o Dosto (para os amigos hehe)

Beatrix Kiddo disse...

obrigada Teresa volta sempre

Rui Gonçalves disse...

Este filme do Bergman possui uma unidade estilística e uma concisão formal ao alcance de muito poucos cineastas. Um filme radical, original, onde o cineasta atingiu o mais elevado grau de simplicidade e de complexidade. Só para quem tenha olhos para ver e ouvidos para escutar...