domingo

Amamos o que não conhecemos

"Amamos o que não conhecemos, o já perdido.
O bairro que foi arredores.
Os antigos que não nos decepcionarão mais
porque são mito e esplendor.
Os seis volumes de Schopenhauer que jamais terminamos de ler.
A saudade, não a leitura, da segunda parte do Quixote.
O Oriente que, na verdade, não existe para o afegão, o persa ou o tártaro.
Os mais velhos, com quem não conseguiríamos
conversar durante um quarto de hora.
As mutantes formas da memória, que está feita do esquecido.
Os idiomas que mal deciframos.
Um ou outro verso latino ou saxão que não é mais do que um hábito.
Os amigos que não podem faltar porque já morreram.
O ilimitado nome de Shakespeare.
A mulher que está a nosso lado e que é tão diversa.
O xadrez e a álgebra, que não sei."


6 comentários:

Mónica disse...

de todo!

ahh faltam os amigos do facebook q amamos eheheh

josé luís disse...

ah, jorge luís...

R. Vieira disse...

Sem palavras!
Sem ar!

José Luiz de Campos Castejón Branco disse...

O seu blog continua muito interessante, ou seja, você continua interessada. Ele é por demais sensual, exala uma dimensão corporal que se mescla com poesia e sexualidade. Bacana de ver e de ler! Faz tempo que não a visitava, fiz bem de retornar. Um abraço!

Rui Gonçalves disse...

Um belo exemplo do talento literário desse génio da modernidade. Tenho, a propósito, acompanhado as recentes edições da sua obra da responsabilidade da Quetzal. Uns "livrinhos" que aconselho vivamente. :-)

Beatrix Kiddo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.